Em um bairro que há anos espera por mais presença do poder público, a construção de uma escola deveria ser motivo de celebração. E foi, pelo menos por algumas horas. A Escola Municipal Professor Luiz Radamés de Araújo, no bairro Siderúrgico, foi entregue com solenidade, fotos bem iluminadas e discursos empolgados. Uma obra simbólica, anunciada como um avanço importante. Mas, por alguma razão ainda não explicada com clareza, as aulas não começaram ali. Dias após a entrega oficial, a escola permaneceu fechada. Problemas na estrutura impediram o início das atividades. O prédio recém-concluído exigiu intervenções imediatas, como se nunca tivesse sido, de fato, concluído. 3v4m7
Às vezes temos a sensação de que esse assunto incomoda e por isso é evitado. Mas ele está no centro do que nos afeta todos os dias: a qualidade do que nos é entregue. Não se trata apenas de um prédio. Trata-se de escolhas. De prioridades. De como a política se materializa no concreto. O mais intrigante é que, mesmo diante de uma entrega tão recente, há pouco conhecimento público sobre os detalhes dessa obra: qual foi o valor total investido? De onde vieram os recursos? Qual a empresa executora? Que tipo de fiscalização houve durante a execução? São perguntas simples, mas que continuam sem resposta. Enquanto isso, os estudantes seguem deslocados; as famílias, sem explicações completas; e a comunidade, com a esperança remendada. É importante dizer: a atual gestão tem demonstrado disposição em reorganizar as coisas, em apagar incêndios deixados e agir com mais responsabilidade. Isso merece reconhecimento.
Mas, como cidadã, acredito que este seja o momento ideal para dar um o além transformar silêncio em informação, ruína em correção, e desconfiança em confiança restaurada. Transparência, nesse caso, é mais do que um dever institucional. É uma oportunidade. Uma chance de virar uma página com maturidade e mostrar à população que, mesmo quando erros são herdados, é possível enfrentá-los com verdade. Talvez os muros escondam rachaduras. Mas nenhum muro é forte o bastante para conter, por muito tempo, o que a sociedade quer ver com clareza. A comunidade do Siderúrgico e seu entorno merece uma resposta. E mais do que isso: merece uma solução.
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Escrito por Ramos e Raízes, no dia 12/06/2025